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“É hora de estender a mão para o agro”, artigo publicado na Zero Hora (07.03.22)

Lavouras minguadas, gado magro, água para o consumo humano a bordo de caminhões pipa. Quem ouve um relato assim pode pensar que estamos falando do Sertão Nordestino. Mas não! Essa é a realidade de milhares de gaúchos impactados pela maior seca dos últimos 20 anos.

Já são 400 municípios que decretaram situação de emergência. Na região de Cruz Alta, por exemplo, entre 5 e 10% das lavouras sequer foram semeadas por falta de umidade no solo. Onde foi plantado, a quebra consolidada na safra já é de 65%. Trata-se de um prejuízo financeiro de aproximadamente R$ 700 milhões. Dinheiro que vem do campo, mas que movimenta a economia das cidades.

Diante da gravidade do quadro, tenho buscado junto à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a abertura de linhas de crédito emergenciais. A essa altura o dinheiro não vai reverter o prejuízo, mas tem, sim, a capacidade de minimizar os efeitos da estiagem na economia das regiões de produção agrícola.

Entretanto, um Estado que tem 40% do seu Produto Interno Bruto (PIB) de alguma forma ligada ao agro não pode apenas remediar urgências e continuar tão dependente das chuvas. A história mostra que estiagens são cíclicas. Por isso, o nosso trabalho também precisa mirar o futuro.

Nesse sentido, tenho defendido em Brasília, junto ao governo federal, o repasse de recursos para a abertura de açudes, bebedouros e poços artesianos em propriedades rurais. O objetivo é aumentar as reservas de água.

Outro ponto que pauta a nossa atuação é a ampliação dos sistemas de irrigação. Para isso ocorrer, um passo necessário é a maior agilidade nos licenciamentos ambientais de açudes e barragens. A disponibilidade de energia elétrica para movimentar os pivôs e a oferta de linhas de crédito com taxas atrativas vêm logo em seguida na lista de prioridades.

O Rio Grande do Sul, assim como diversas outras regiões do Brasil, tem no agro um esteio da sua economia. Se ele vai bem — e 2021 foi a prova disso — o Estado vai bem. Portanto, nos períodos mais críticos, nada mais justo do que estendermos à mão a quem produz, gera riquezas e impulsiona o desenvolvimento gaúcho.

Deputado federal (Progressistas-RS)

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