Pioneiro na inclusão de vacinas no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil também está entre os poucos países no mundo que oferece uma extensa variedade de vacinas para a população. Apesar dessa disponibilidade, foi significativa a redução do número de pessoas que procuraram a imunização nos últimos anos.
Com base nas informações do Ministério da Saúde – Programa Nacional de Imunização (PNI), e Organização Mundial da Saúde, a Câmara dos Deputados debateu o Calendário Nacional de Vacinação na Comissão de Seguridade Social e Família, proposto pelo Grupo de Trabalho coordenado pelo deputado federal, Pedro Westphalen.
O parlamentar destacou que sua preocupação com a diminuição dos índices de vacinas e o aumento de doenças foi o estímulo para propor a criação do Grupo de Trabalho e o debate: “Existe no Brasil e no mundo o aumento da incidência de patologias que podem ser prevenidas pela vacinação e estão gerando dados alarmantes. Em conversa com o ministro Mandetta (ministro da Saúde), nós concluímos que era necessário realizar esse trabalho e levar isso também para a comunidade. Um debate para levantar questionamentos e respostas de o porquê isso está acontecendo, quais as vacinas que estão à disposição, qual a participação da sociedade nesse processo, e o que se pode fazer para avançar na cobertura imunológica” disse o coordenador do GT.
A audiência aconteceu na manhã desta quarta-feira (27), com a presença de parlamentares e representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Adriana de Araújo, da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Alessandro Pinheiro, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Dra. Monica Levi, e do Programa Nacional de Imunização (PNI), Coordenadora-geral, Francieli Fantinato.
No mês de junho, a Câmara dos Deputados também realizou uma audiência pública sobre o PNI, proposta por Westphalen, onde o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, alertou sobre os perigos da falta de imunização e destacou a importância da população acompanhar o calendário de vacinas e participar das campanhas.
SARAMPO
Um dos assuntos mais debatidos foi a epidemia de sarampo que o mundo está enfrentando. Durante a audiência, o assessor do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, Nereu Henrique Mansano, mostrou o crescimento dos índices do Sarampo e os estados brasileiros onde ocorreram o maior número de casos. “A responsabilidade não é só dos profissionais de saúde e do governo, mas é também de toda a população” destacou Mansano.
Conforme a Organização Pan-Americana de Saúde, mesmo havendo uma vacina segura contra o sarampo, o número de casos cresceu, principalmente entre crianças com menos de cinco anos de idade. Na Região das Américas foram quase 3 mil infectados entre janeiro e julho de 2019, 1.045 só no Brasil. “Precisamos estar atentos e aprimorar as coberturas vacinais, o sarampo mata, e a vacina que está disponível é a única maneira de prevenir” alertou Westphalen.
MOVIMENTO ANTIVACINA
O coordenador do Grupo de Trabalho mencionou ainda os movimentos antivacinas, “existe mundialmente grupos contra a vacinação, esses movimentos vem crescendo e desinformando os cidadãos, consequentemente gerando risco a vida caso haja contaminação por falta da imunização. É importante destacar que antes de chegar até a população, a vacina passa por um processo rigoroso de produção, incluindo pesquisas, estudos e testes, bem como os profissionais que vão aplicá-la. Só após uma série de procedimentos, ela é disponibilizada nos postos de saúde” concluiu Westphalen.